Em função de dois acontecimentos recentes procurei “escutar” de alguns comentaristas bíblicos o tema a que este post se refere. O primeiro foi a minha participação num concílio para ordenação de um pastor. O segundo, uma nota de esclarecimento da OPBB-SP sobre pastores divorciados (http://goo.gl/p8f8P).
Coloquei a maioria dos comentários que li.[1] Não queria ser acusado de parcialidade. Também não fiz grandes esforços para agrupá-los em alguma categoria. Fiz somente alguns destaques em negrito para facilitar para o leitor.
Que esta seja uma fonte para o interessado no assunto, que, em suma, refere-se à compreensão do texto paulino: “Marido de uma só mulher” (1Tm 3)
John Stott
John Stott, Guard the Truth: The Message of 1 Timothy and Titus (Downers Grove: IL, 1996), pp. 93-94.
“Paulo é considerado por muitos como alguém que exclui do pastorado todos aqueles que já se divorciaram e se recasaram. Esta parece ser a explanação provável. Divórcio e recasamento se constituem numa absoluta proibição para ordenação, embora eles pareçam ter sido permitidos por Jesus à parte inocente quando o cônjuge era culpado de um sério pecado sexual e por Paulo, no caso de um recém convertido que tinha o cônjuge não-convertido que não estava disposto a continuar o casamento? Será que essas concessões não se aplicam ao clero e do clero em perspectiva, então? Se não, isto não erege um duplo padrão? Sim, é verdade, mas não é razoável e justo que um padrão mais elevadoseja esperado de pastores que são chamados a ensinar pelo exemplo, bem como por palavras?”
The New Testament for English Readers
“A visão de que um segundo casamento é proibido para aquele que aspira ao episcopado – é a opção de significado mais provável (...) também a mais ampla prevalência na igreja primitiva, a ideia que, apesar de um segundo casamento não ser proibido, abstinência dele é melhor do que a condescendência dele. Isto é provado por várias autoridades citadas em meu teste grego.”
Gnomon of the New Testament
http://www.archive.org/stream/gnomonofthenewte04benguoft#page/256/mode/1up
“É a natureza primitiva do casamento: um homem deveria ter uma mulher (...). A opinião (...) parece ter sido originalmente formada do “Cânon dos Apóstolos”, visto que o 17º Cânon diz: todo aquele que depois do batismo entra num segundo casamento ou mantém uma concubina é desqualificado para ser bispo.”
Bob Deffinbaugh
Pode ou deve um pastor que, tendo se divorciado de sua esposa, continuar seu papel como pastor, mesmo que o divórcio tenha sido por motivo não bíblico?
"Há muitos pastores divorciados que servem nas igrejas hoje, igrejas evangélicas que creem na Bíblia. Mas o fato de pastores divorciados ainda servirem como pastores não prova a questão biblicamente.
Minha suposição é que os textos bíblicos primários são aqueles que lidam diretamente com o divórcio (Mateus 5:27-32 especialmente; 19:3-12, 1 Coríntios 7:10-16) e os que estabelecem as qualificações para os presbíteros (1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9). Eu acredito que um pastor deve certamente satisfazer as qualificações para um presbítero.
(...)
Em ambos os textos sobre as qualificações do presbítero diz que ele deve ser "marido de uma só mulher" (literalmente, ele deve ser um "um homem / mulher esposa" - 1Timóteo 3:2, Tito 1:6). Assim, se este pastor se casa novamente, ele seria, na opinião de muitos (inclusive na minha), desconsiderado marido de uma mulher. Mas e se ele optar por permanecer solteiro? Várias questões devem ser tratadas. Primeiro, Paulo diz que o presbítero deve "gerenciar bem sua própria família".
(...)
Paulo também insiste que um presbítero deve ter boa reputação com os de fora da igreja (1Tm 3.7). Em algumas comunidades um pastor divorciado não teria o respeito que é requerido para seu cargo. Esse é um assunto que o pastor e o conselho de administração da igreja terão que decidir.
John N. D. Kelly
KELLY, John.N.D. I e II Timóteo e Tito, Introdução e comentário. Série cultura bíblica. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo-SP, 1991, p.77.
“O catálogo começa com um requisito que a tudo abrange; o superintendente deve ser irrepreensível. Ou seja: não deve apresentar nenhum defeito óbvio de caráter ou de conduta, na sua vida passada ou presente, que os maliciosos, seja dentro, seja fora da igreja, possam explorar para desacreditá-lo. Em especial, sua vida sexual deve ser casado uma só vez. O novo casamento, seja depois do divórcio no caso de um pagão convertido, ou depois do falecimento da sua primeira esposa, é censurado como sendo impróprio num ministro de Cristo. É igualmente proibido aos diáconos (3:12) e aos presbíteros (Tt 1.6), e conta como uma desqualificação nas aspirantes à ordem das viúvas (5.9).”
O autor destas palavras continua seu discurso para dizer que as posições alternativas são improváveis.
Para defender seu ponto, de que o ministro não deve ser recasado de forma alguma, ele continua: “(...) há evidências abundantes, tanto na literatura quanto das inscrições funerárias, pagãs e judaicas, que permanecer solteiro depois da morte da cônjuge ou do divórcio era considerado meritório, ao passo que casar-se de novo era considerado um sinal de auto-indulgência.”
Gordon D. Fee.
FEE, Gordon D. 1 & 2 Timóteo, Tito; Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida, 1994, pp.91-92.
“O primeiro item da lista, marido de uma só mulher, é uma das frases verdadeiramente difíceis da epístola (cp. 3:12; 5.9, sobre as ‘verdadeiras’ viúvas, e Tito 1:6). Há pelo menos, quatro opções: Primeira, poderia exigir que o supervisor fosse casado. O apoio encontra-se no fato de que os falsos mestres proíbem o casamento, e Paulo insiste no casamento para as viúvas desviadas (5:14; cp. 2:15). Mas contra essa interpretação verifica-se que ela enfatiza o termo é necessário e a palavra mulher, enquanto o texto enfatiza a palavra uma. Talvez Paulo e Timóteo não fossem casados, e tal interpretação estaria em contradição com 1Coríntios 7:25-38. Ademais, havia um pressuposto cultural segundo o qual as pessoas, em sua maioria, deveriam ser casadas.
Segunda, talvez o texto esteja proibindo a poligamia. Isto se acentua de modo correto pela expressão uma só mulher; contudo, a poligamia era característica tão rara na sociedade pagã que tal proibição seria inaplicável. De mais a mais, não pareceria ajustar-se à frase idêntica usada em referência às viúvas em 5:9.
Terceira, poderia estar proibindo um segundo casamento. Tal interpretação conta com o apoio de muitos dados: ajustar-se-ia às viúvas de modo especial. Todos os tipos de evidência louvam as mulheres (a elas de modo especial e às vezes também os homens) que ‘se casaram um única vez’ e permaneceram “fiéis” a esse casamento, depois que seus parceiros morreram. Esta perspectiva proibiria, pois, o segundo casamento após a morte do cônjuge, mas também proibiria, é óbvio – talvez de modo especial – o divórcio e o novo casamento. Alguns eruditos (p.e., Hanson) tratam do texto como se referindo somente a esta última interpretação.
Quarta, talvez o texto esteja exigindo fidelidade marital a uma só mulher (cp. GNB: ‘fiel à sua única esposa’). Neste caso, exige-se do bispo que viva uma vida matrimonial exemplar (o casamento fica implícito), fiel a uma só mulher numa cultura em que a infidelidade marital era comum e, às vezes, implícita. Seria, é natural, um meio de se eliminar a poligamia, o divórcio e novo casamento, mas não eliminaria, necessariamente, o novo casamento de um viúvo (embora esse ainda não fosse o ideal paulino; cp. 1Coríntios 7:8-9; 39-40). Embora ainda haja muito que ser dito a favor de um ou de outros entendimentos da terceira opção, a preocupação de que os líderes da igreja vivam vida matrimonial exemplar parece ajustar-se melhor ao contexto – dada a aparente desvalorização do casamento e da família apregoada pelos falsos mestres (4:3; cp. 3:4-5).”
William Hendriksen, Th. D.
HENDRIKSEN, Willian. 1Timóteo, 2Timóteo e Tito, comentário do Novo Testamento. Editora Cultura Cristã, São Paulo-SP, 2001, pp.153-155.
“(...) veja também 1Tm 5.9 (‘esposa de um só marido’).”[2]
“O sentido desta passagem (1Tm 3.2) é simplesmente este: que um bispo ou ancião deve ser um homem de moralidade inquestionável, que seja inteiramente fiel e leal à sua única e exclusiva esposa (...)”
Martin Weingaertner
WEINGAERTNER, Martin. Em Diálogo com a Bíblia, 1 e 2 Timóteo. Editora Encontrão e Missão Editora, Belo Horizonte e Curitiba, 1993, pp.47-48.
“Em Efésios 5.22-33 Paulo explica que o relacionamento conjugal de um casal cristão testemunha o segredo de Cristo e sua igreja. A vida matrimonial do líder cristão deve testemunhar a favor e não contra o evangelho da fidelidade de Deus. Isto nem a poligamia e seus equivalentes hodiernos [que diz respeito aos dias de hoje, moderno], nem o divórcio, mas apenas a monogamia pode fazer. Por isto a monogamia e a fidelidade conjugal são o padrão indispensável para a liderança na igreja. Deus quer que o casamento de todo líder cristão seja moldado pelo segredo de Cristo!”
Galatians, Ephesian, Filippians, Colossians, I. and II. – On openlibrary.com
“O significado mais natural, não que ele deva ser um homem casado, mas que ele tenha somente uma esposa viva.”
Adam Clarke Commentary on Studylight.com
http://www.studylight.org/com/acc/view.cgi?book=1ti&chapter=003
“O significado do apóstolo parece ser este: que ele [aquele que almeja o episcopado] não seja divorciado e tenha se casado novamente, ou que seja alguém que tenha duas esposas ao mesmo tempo.”
George Clark - The sermon notebook – biblical resources for Preachers and Teachers of the Word of God
http://www.sermonnotebook.org/new%20testament/1tim3_1-7.htm
"Marido de uma só mulher – simplesmente colocado, nenhum homem pode pastorear uma igreja do Novo Testamento se ele já tiver sido casado, divorciado ou recasado! Está Paulo falando sobre poligamia? Não! Nenhum polígamo teria sido considerado para o ministério de qualquer forma. Como um pastor que não pode controlar seu próprio casamento aconselhar aqueles que vem a ele por ajuda no matrimônio? Nenhum homem que á foi divorciado e recasado é qualificado para pastorear qualquer igreja."
J. Lingon Duncan
http://www.fpcjackson.org/resources/sermons/I%20Timothy/05a%20I%20Timothy%203.%201%20to%207.htm
“(...) Ele é um marcado pela mais estrita fidelidade conjugal. Seu casamento é bíblico, hetorossexual, monogâmico e puro.”
Ron Daniel
http://www.rondaniel.com/library/54-1Timothy/1Timothy0301.html
(...) um homem que é completamente devotado à mulher que ele está casado agora.
Explore the Bible
“Proibindo não apenas a poligamia ou bigamia, mas o divórcio.”
Charles J. Ellicott
O autor não diz com clareza seu ponto de vista. Somente reafirma o ponto de vista dos pais da igreja, de que o bispo não deveria ser recasado de modo algum, e depois diz que isso não parece ser a compreensão correta do texto. O autor foca que o texto fala de que o ambiente familiar do bispo deveria ser irrepreensível, visto o contexto romano da época.
Expositor's Greek Testament
1 Timothy Commentary
Newport J D White, D. D.
Newport J D White, D. D.
O autor não responde à questão. Ele diz que a passagem não ensina que o bispo precisa ser casado. Depois ele fala, como muitos, sobre os pais da igreja. Cita todos os documentos que concordam que o texto ensina que o bispo não deveria ser casado mais de uma vez, em qualquer circunstância (Constituição dos apóstolos, Canôn dos apóstolos, etc). Depois fala de alguns, como Crisóstomos, que cria que a passagem referia-se exclusivamente sobre poligamia.
Ao final ele deixa uma observação que devemos tomar cuidado para não cair no “a voz o povo é a voz de Deus”. Ele diz: “Em algumas questões o senso comum da maioria é um guia seguro sobre as conjecturas irresponsáveis de um estudante consciencioso. “
A. C. Gaebelein
1 Timothy Commentary
Annotated Bible
Annotated Bible
http://www.archive.org/stream/annotatedbibleh02gaebgoog#page/n169/mode/1up
“(...) Isto tem sido explicado como algo que exclui todos aqueles que se casaram duas vezes. Isto está incorreto. Este se refere a todos àqueles que como pagãos se casaram com mais de uma mulher, pois a poligamia era praticada entre os pagãos daqueles dias, como ainda é hoje.”
Charles Ryrie
Ryrie, C. C. (1994). Ryrie study Bible: New International Version (Expanded ed.) (1855). Chicago: Moody Publishers.
Alguns pensam que significa apenas uma mulher por vez, outros que tenha uma mulher viva (veja 5:14 e 1Co 7.39, onde recasamento do viúvo é permitido), mas possivelmente o significado seja casado apenas uma vez. A frase em reverso em 5:9 somente pode ser "casado apenas uma vez" no caso da inscrição da viúva.
Dave Guzik
Não é a ideia que o líder não pudesse ser recasado se sua esposa tivesse morrido ou fosse um divórcio bíblico.
John Gill
Este regra exclui todas as pessoas de serem presbíteros, ou pastores, ou superintendentes de igrejas que foram ‘polígamos’, que tiveram mais de uma esposa por vez, ou se divorciaram de suas esposas
não por adultério e se casaram com outras.
Vincent’s Word Studies
E-Sword
É frase destinada (a) à imoralidade em respeito ao casamento – concubinato, etc; ou (b) poligamia, ou (c) a um novo casamento após a morte ou o divórcio? O último é provavelmente o significado correto.
Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible
E-Sword
Ele deve ser marido de uma só mulher; não ter dado carta de divórcio a ninguém e depois ter se casado novamente, ou não ter muitas mulheres ao mesmo tempo, visto que naquele tempo isso era muito comum entre judeus e gentios, especialmente entre os gentios.
John Wesley Explanatory Notes
E-Sword
(...) Isto não significa que o bispo deva ser casado, nem que ele não possa ser casado com uma segunda esposa, o que é tão legítimo quanto casar-se com a primeira, e pode, em alguns casos, ser seu sagrado dever. Mas enquanto poligamia e divórcio em algumas situações eram ambas comuns entre judeus e gentios, isso nos ensina que, de todos os outros,o bispo deve ficar limpo destes pecados.
Matthew Henry Concise Commentary
E-Sword
Embora os judeus praticassem a poligamia, mesmo sendo um escrito à igreja gentílica, e a poligamia nunca foi permitida mesmo entre os leigos da Igreja, a antiga interpretação que a proibição aqui é contra a poligamia de um bispo-candidatonão é correta. Deve, portanto, significar que, embora os leigos possam legalmente se casar novamente, candidatos ao episcopado ou presbitério eram melhores se tivessem se casado apenas uma vez.
Homer Kent
Kent, Homer A., Jr. The Pastoral Epistles. 2nd ed. Winona Lake, IN: BMH Books, 1982.
"Consequentemente, quando os homens eram considerados para este alto cargo, não deveria existir nenhum registro de divórcio ou infidelidade conjugal em seu histórico, mesmo antes de sua conversão... Quando pessoas divorciadas e recasadas são salvas, eles devem se alegrar por sua salvação e servir fielmente ao Senhor em todos os sentidos que podem. Mas eles não devem aspirar a ser bispos."
Carl Laney
Laney, J. Carl. The Divorce Myth. Minneapolis: Bethany House, 1981.
“Eu sugeriria que divórcio e recasamento ou infidelidade marital, seja antes ou depois da conversão, desqualificaria alguém para o posto de presbítero ou diácono.”
A explicação:
"Alguns podem argumentar que a qualificação de "marido de uma só mulher" significa que não é o divórcio per se, mas um novo casamento, que desqualificaria alguém do cargo de ancião ou diácono.... Há pelo menos três grandes objeções a tal visão. Primeiro, o presbítero e diácono deve ser irrepreensível (1 Tm 3:2, 10), sem culpa! Embora as circunstâncias variem, geralmente leva dois para fazer um divórcio. Um homem divorciado, apesar de permanecer solteiro, provavelmente não seria "acima de qualquer suspeita." Segundo, o presbítero e diácono devem ser homens que administram bem o seu agregado familiar (1 Tm 3:4-5, 12). O divórcio seria certamente uma evidência de sua má gestão de sua casa. Em terceiro lugar, com referência aos diáconos, Paulo diz: "As mulheres também devem ser dignas, não caluniadoras, mas temperadas, e fiéis em todas as coisas" (1 Tm 3:11).... Este versículo parece indicar que as esposas dos líderes espirituais da igreja devem ser exemplar na sua conduta e fiel em todas as coisas. Assim, uma esposa que é infiel ao seu voto de casamento desqualificaria o marido de uma posição de liderança na igreja."
O autor responde à questão anterior à permissão de um segundo casamento. Ele diz, enfaticamente, que um divórcio já desqualifica o candidato ao episcopado.
J. Hampoton Keathley - Qualifications for the Evaluation of Elders and Deacons
http://bible.org/article/qualifications-evaluation-elders-and-deacons
Será que essa cláusula significa que um ancião ou diácono deve ser casado, ou casado apenas uma vez? Alguns interpretaram isso como, "casado apenas uma vez." Mas há várias razões de esta não ser a melhor maneira de entender essa passagem.
Ed Glascock tem uma excelente explicação desta cláusula. Escrevendo da perspectiva que esta passagem significa "fiel a uma mulher", ele diz:
Este ponto de vista sustenta que a tradução "marido de uma só mulher" não é a melhor compreensão da frase grega 'mias gunaikos andra', mas que deve ser traduzido como "um homem de uma mulher" ou um "homem de uma mulher só." Este entendimento enfatiza o caráter do homem, em vez de seu estado civil. Assim, mesmo um homem solteiro ou um homem que foi casado apenas uma vez deve se demonstrar não ser um "playboy" ou paquerador, mas que ele é estável e maduro em caráter para com sua esposa ou outras mulheres. Um homem que demonstra um caráter de lealdade e de confiança em tais relações pessoais é qualificado nesta área. Ele, sendo o tipo de uma só mulher, pode ser colocado nesta posição elevada e de confiança para tratar com maturidade e com discrição uma situação que envolva membros do sexo feminino. Esta visão muda a ênfase de um evento que teve lugar na vida de um homem antes de sua conversão e devidamente concentra-se no caráter e sua qualidade de vida no momento da sua consideração para este alto cargo.
Isto não significa que o homem deva ser casado para ser um epíscopo. A maioria dos homens foram e são, então isso deve ser uma importante qualidade que deve ser considerada. No entanto, estar casado não é uma qualificação que iria contrária ao ensino de Paulo em 1Coríntios 7.6-9, 25-28, onde ele encoraja os benefícios da solteirice pela causa do ministério. A passagem toda está lidando com qualidades subjetivas do caráter cristão, qualidades que nenhum homem é 100% perfeito, onde sempre haverá espaço para crescimento e mais maturidade. Se a cláusula significa casado apenas uma vez, então ela seria a única cláusula absoluta nesta lista de qualificações.
As Escrituras em nenhum lugar proíbe ou até mesmo sugere que recasamento depois da morte da esposa seja algo moralmente questionável.
Note que este autor não responde especificamente à questão. Sua opinião está centrada no momento em que o candidato decide ao episcopado. Ele deixou claro em sua opinião, que não há problema o candidato ser recasado quando se tornou viúvo, mas fica obscuro quanto à pergunta "pode o líder da igreja ser recasado quando sua primeira mulher ainda vive?"
John MacArthur
http://www.believersweb.org/view.cfm?ID=822
A frase “marido de uma só mulher” não significa que a pessoa não pode ter tido um divórcio em seu passado, visto que nenhuma outra qualificação listada refere-se a atos específicos do passado (antes da salvação ou subsequente à salvação), mas sim às qualidades que hoje caracterizam a vida de um homem.
John Benton
BENTON, John. Straightening out the self-centered church, the message of Titus.
O autor não responde à questão. Ele fala (sobre Tt 1.6) que “a essência deste versículo é que através da vida da família um ancião deve ser visto como alguém que é tanto fiel a si como também alguém que inspira fidelidade a outros.”
Robertson’s Word Picture
E-Sword
"Uma de cada vez, claramente."
Como você explica marido de uma mulher em relação a presbíteros e diáconos?
http://bible.org/question/will-you-explain-%E2%80%9Chusband-one-wife%E2%80%9D-relation-eldersdeacons
Tomando em consideração divórcio e recasamento, Efésios 5 e 1Coríntios 7 são textos paulinos chaves. Sendo breve, eu diria que o crente que tinha um cônjuge descrente que o abandonou não está desqualificado para ser um pastor ou bispo. Um crente que se divorciou quando ainda não era crente, não está desqualificado. Um crente que é a parte inocente no divórcio que havia adultério envolvido não está desqualificado.
The People’s New Testament
E-Sword
"Um homem casado e tendo somente uma mulher. Naqueles tempos de muitos divórcios, homens que haviam mulheres sucessivamente poderiam se converter. Divórcio por motivo não bíblico não livra o homem de sua primeira e legítima esposa. Daí o limite para aqueles que somente tinham uma esposa viva. Eu não acho que haja qualquer referência ao recasamento depois da morte de uma esposa."
Steven Cole
http://www.fcfonline.org/content/1/sermons/030694.pdf
"(...) eu acho que a melhor visão de homem de uma só mulher é a que está intimamente relacionada apenas à sua mulher. Ele é um marido fiel."
João Calvino
http://www.ccel.org/ccel/calvin/calcom43.iii.v.i.html
“A única verdadeira exposição, aquela de Crisóstomo, que para um bispo é expressamente proibido a poligamia.”
W. A. Criswell
http://www.wacriswell.org/PrintTranscript.cfm/SID/866.cfm
“Eles devem ser monogâmicos.”
Wiersbe, W. W. (1992).
Wiersbe’s expository outlines on the New Testament (626). Wheaton, IL: Victor Books.
Naqueles dias a frouxidão moral era um problema sério. Ao pastor era requerido que tivesse somente uma só mulher, não deveria haver dúvidas quanto ao padrão de seu casamento. Já houve um longo (e caloroso) debate se Paulo queria atacar a poligamia (um homem ter mais de uma mulher ao mesmo tempo) ou divórcio.
Richards, L. O. (1991). The Bible reader’s companion (electronic ed.) (835). Wheaton: Victor Books.
"A frase (1Tm 3.2) tem sido interpretada para descartar a possibilidade de uma pessoa divorciada ter este posto, mas, curiosamente, não para excluir um viúvo que foi casado de novo. A maioria dos comentaristas concorda, no entanto, que isso simplesmente significa monogâmico: tipo de homem que seja homem de uma só mulher, que é totalmente fiel à sua esposa."
Biblical Studies Press. (2006). The NET Bible First Edition Notes (1 Ti 3:2). Biblical Studies Press.
"O significado desta frase (marido de uma só mulher) é contestado. É frequentemente entendido para se referir ao estado civil do líder da igreja, excluindo-se aqueles líderes que são (1) solteiros (2), polígamos, (3) divorciados, ou (4) se casou depois de tornar viúvo. Uma interpretação diferente é refletido na tradução NEB: 'fiel à sua esposa.'"
Utley, R. J. (2000). Vol. Volume 9: Paul's Fourth Missionary Journey: I Timothy, Titus, II Timothy. Study Guide Commentary Series (40–41). Marshall, Texas: Bible Lessons International.
Esta frase já causou muita discussão. Foi, obviamente, uma questão central para a igreja de Éfeso no primeiro século (cf. 3:1, 12; 5:07, Tito 1:6). Aqui estão as teorias básicas de interpretação: (1) refere-se à poligamia, (2) refere-se a um novo casamento após o divórcio; (3) refere-se ao segundo casamento depois da morte da primeira esposa, (4) refere-se a um homem fiel e atento à sua esposa (outra maneira de afirmar bom relacionamento familiar). Isto, obviamente, refere-se às relações familiares, e qualquer problema na área de relações familiares desqualifica uma liderança na igreja local.
O 1 não foi um problema no Império Romano, mas era um potencial problema no judaísmo (embora raro no primeiro século); O 2 foi um grande problema no Império Romano, e também um problema no judaísmo (Hillel versus Shammai). O 3 foi uma grande preocupação da Igreja primitiva, especialmente Tertuliano, e ainda é um problema em círculos batistas na Europa. No entanto, 1Tm. 5:14 é uma passagem paralela onde as viúvas mais jovens podiam se casar novamente sem censura (cf. Rm 7:2-3;. I Coríntios 7.). Possivelmente o 4 se encaixa melhor no contexto dos vv. 4-5.
Há outra opção, que o requerimento refere-se a casamento contra a vida solteira. Os falsos mestres tinham proibido o casamento. Talvez esta seja uma refutação direta desta tendência ao celibato e ascetismo. Isso não é afirmar que uma pessoa solteira não pode ser um líder de igreja, mas que a solteirice não pode ser um requerimento.
John Walvoord
Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (1 Ti 3:2). Wheaton, IL: Victor Books.
Marido de uma só mulher. Esta ambígua frase, mas importante, é sujeita a várias interpretações. A questão é: quão rigoroso o padrão de Paulo era para os líderes da igreja? Praticamente todos os comentaristas concordam que esta frase proíbe a poligamia e promiscuidade, que são impensáveis para os líderes espirituais na igreja. Muitos estudantes bíblicos dizem que o afeto do presbítero deve ser exclusivamente centrado em sua esposa. Alguns dizem que a frase proíbe qualquer um que se divorciou e contraiu núpcias mesmo antes de se tornarem bispos. O raciocínio por detrás dessa visão é que o divórcio representa um fracasso no lar, de modo que, mesmo que um homem possa ser perdoado por qualquer pecado envolvido, ele continua a ser permanentemente desqualificado para a liderança na congregação (cf. vv 4-5;. 1 Cor . 9:24-27).
A interpretação mais restrita e mais comum entre os primeiros comentataristas (séculos II e III), inclui cada um dos argumentos acima, mas estende a proibição a qualquer segundo casamento, até mesmo por viúvos. O argumento é que no primeiro século, segundos casamentos eram geralmente vistos como evidência de auto-indulgência. Embora Paulo honrasse o casamento, ele também valorizava os benefícios espirituais do celibato (1 Coríntios. 7:37-38), mesmo para aqueles que tinham perdido um companheiro (1 Tm. 5:3-14). Assim, ele considerou o celibato um objetivo digno para aqueles que possuíam o auto-controle para permanecer solteiro. De acordo com este ponto de vista estrito, Paulo considerou o segundo casamento de um viúvo, embora de forma inadequada, para ser evidência de uma falta de tipo de auto-controle necessário de um bispo (supervisor), da mesma forma que uma falta similar desqualificava as viúvas para a lista de viúvas (5:9).
RETIRADO DO SITE
Obrigado ao Thiago Zambelli
6 comentários:
Boa questão a ser explorada. Entendo que biblicamente, o presbítero deve ser exemplo em todos os aspectos. Muitos ficam tristes com quem tem um posicionamento pautado no que diz ITim.3,2. Em muitas situações as igrejas estão sofrendo por trazerem os costumes de fora para dentro. O divórcio para o mundo é algo curriqueiro, onde casar e divorciar é normal. Não será difícil ver pessoas, entre membros comuns e mesmo pastores se divorciando e casando-se com os próprios membros da comunidade em que vivem.
Boa questão a ser explorada. Entendo que biblicamente, o presbítero deve ser exemplo em todos os aspectos. Muitos ficam tristes com quem tem um posicionamento pautado no que diz ITim.3,2. Em muitas situações as igrejas estão sofrendo por trazerem os costumes de fora para dentro. O divórcio para o mundo é algo curriqueiro, onde casar e divorciar é normal. Não será difícil ver pessoas, entre membros comuns e mesmo pastores se divorciando e casando-se com os próprios membros da comunidade em que vivem.
Ao meu ver esta discussão é uma grande palhaçada.
O texto de I Tim 3 não é claro o suficiente para se querer proibir um pastor de exercer o seu chamado porque se divorciou e casou de novo.
amado irmão, desculpe-me a franqueza. vc esqueceu de perguntar ao Espírito Santo. São tantas coisas que estão testamentadas nas escrituras e que não cumprimos.Onde está escrito que devemos "elitizar" a Bíblia através de "doutores,Phds, bacharéis,etc?. Sou pastor batista divorciado e digo, só quem passou por um divórcio sabe realmente o que é. É muito fácil falar sem conhecimento de causa. Todas essas exposições são meras falácias. Conheço tanta gente que falava mal de pessoas divorciadas, até que aconteceu com os mesmos. Ficaram com o queixo no chão. Paulo fala em Romanos que os dons e vocação são irrevogáveis. Além de tudo isso, e os pastores que vivem apenas de aparências sem contar que muitas esposas não acompanham seus maridos.
Minha opinião é: foi chamado para fazer a obra, faça. Se puder não divorciar, não divorcie, mas também não viva uma vida de mentira. Cuidado ao criticar, vc pode ser a próxima vítima. Um abraço
Grato pela réplica respeitosa e cordial meu caro José Alencar. Oremos então um pelo outro, para que eu jamais me divorcie, pois este não é o desejo de Deus para nenhum matrimônio e eu orarei para que o senhor não tenha que passar por mais um triste momento que deve ser realmente o divórcio. Abç.
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